Artesanato

A actividade artesanal das Beiras como do resto do país vê-se confrontada nos dias que correm com novos desafios, entre o abandono da actividade por parte das pessoas mais velhas à concorrência caricata com outros países, artesanato que surge por metade dos nossos preços, mas que não possuem a tradição cultural que lhes permita a assimilação do saber-fazer das gentes locais. O artesão produz, possui propriedade sobre o produto do seu trabalho e sobre o seu instrumento. Para além do ponto de vista económico, actividade artesanal, permite a expressão de sentimentos estéticos – nível artístico; os próprios artefactos são objectos de vida gerados por dedos dóceis ou por mãos habilidosas e calejadas por trabalhos doutros tempos. Num leque variado de actividades o artesanato satisfazia praticamente as necessidades da vida quotidiana – “indústria rural”. 

A Tradição das Artes do saber-fazer entrou em pleno declínio por terras da beira, poucos foram aqueles que resistiram às várias mudanças que se processaram no tecido rural. Muitas das actividades artesanais são caracterizadas por grande fragilidade e vulnerabilidade, e enfrentam dificuldades na obtenção de créditos, isto porque as necessidades às quais correspondiam muitos ofícios artesanais, desapareceram. Apesar disso, ainda permanece um leque bem variado, de riqueza artesanal que podem ser um suporte importante a incorporar na oferta turística da região.

Das mais veneráveis tradições, os bordados assumem importância particular, tanto pela sua fina beleza como pela íntima ligação à história de muitas raparigas da região que aqui se fizeram mulheres e que cresceram a apurar a arte que ainda hoje as acompanha nos seus momentos de lazer. Antigamente as raparigas saíam da escola muito novas, ao concluir a 4º classe. Raro era quem pudesse continuar os estudos. Algumas jovens, de menores posses, íam trabalhar para o campo. Outras iam como aprendizes para a costura em casa de pessoas que lhes ensinavam a confecção e dirigiam a execução dos bordados - as mestras.

Os trabalhos em madeira transcritos em miniaturas que reproduzem os utensílios do ciclo de vida do mundo rural, bancos, solas de botas e sapatos, almofarizes. Na aldeia da Cogula e da Coriscada a latoaria permanece, tanto na reprodução de material para o mundo rural, como arte decorativa. Ainda na primeira aldeia pode-se encontrar o saber fazer com a cera, sendo as velas a principal produção desta pequena empresa familiar. Em Valdujo a tradição da cestaria passou de geração em geração e podemos encontrar todos as sextas-feiras no mercado semanal de Trancoso vários artigos.

Para além das artes mencionadas não deixe de visitar o Atelier "Temos Tempo" no Feital, e aprecie as maravilhosas esculturas sobre madeira e pedra e outros trabalhos de pintura.

Uma variedade de artesanato que inclui os bordados, as miniaturas em madeira até a latoaria, passando pelos produtos regionais que distinguem a gastronomia

 

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