Gastronomia

 

Na ampla região da beira, a gastronomia é muito rica. Por terras da beira poucos são os restaurantes que se baseiam nos cozinhados à moda antiga. No entanto, na zona de intervenção da ADL Terras da Beira, na área histórica de Trancoso e Marialva - Mêda, ainda se podem desfrutar algumas das iguarias antigas.

A produção actual baseia-se na batata, hortaliça e vinha. Há ainda quem preserve as poucas oliveiras que herdou da família para garantir o azeite e a azeitona para o seu dia-a-dia. Muitas vezes os mais desfavorecidos combatiam a fome com alguns produtos que cresciam espontaneamente. É o caso das azedas, planta verde que cresce nas paredes velhas na época das chuvas de Fevereiro e Março, que eram cozidas e servidas frias com batatas cozidas e esmagadas e temperadas com azeite ou outras vezes comidas cruas. Outra planta era o espargo bravo que era cozinhado com ovos num género de omolete.

Outrora comia-se segundo a classe social. Os mais ricos, com maior poder de compra, faziam os enchidos de forma diferente, tal como o pão. Comiam bom queijo e bom presunto e da sua horta podiam guardar excedentes. Os pobres vendiam o queijo e os borregos, raramente comiam presunto e na horta quando a tinham, produziam apenas o essencial para subsistirem.

Torna-se importante realçar que nesta região se comia por épocas de produção agrícola e por época de festa religiosa, altura e, que se consumiam determinados alimentos guardados especialmente para a ocasião. No Natal e na Páscoa era o cabrito e o borrego. Nestas duas festas havia também doces especificos, como os bolos de ovos ou as filhós. Começaram então a surgir determinados pratos que não eram apenas feitos nestas alturas como também em casamentos, baptizados, matanças de porco, ceifas, festas e romarias e cavas e vindimas. Os enchidos (chouriça, morcela), o presunto, a bola de carne, as febras assadas na brasa, as batatas a murro assadas em forno de lenha, o pão de centeio e o vinho em púcaro de barro eram alimentos simples, mas que ainda hoje enriquecem a gastronomia local. Destacam-se ainda as castanhas assadas e cozinhadas (no Inverno) e a maça assada, as nozes, as filhós, as rabanadas, arroz doce, pudim de ovos e bolos de ovos.

Fica o convite para todos os forasteiros a parar por terras da beira e provar Grelos à Pobre, Bacalhau à São Marcos, Sardinhas Doces, enchidos caseiros ou até mesmo o queijo da serra. Havendo ainda a possibilidade de visitar algumas quintas aonde se produz excelentes vinhos e azeites de extrema qualidade.

 

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