Trancoso

A "velhinha, nobre e sempre noiva" vila de Trancoso encontra-se ainda hoje rodeada de Muralhas da época dinisiana, com um belo Castelo também medieval, a coroar esse majestoso conjunto fortificado. Actualmente, com os seus numerosos monumentos da arquitectura civil e religiosa, Trancoso constitui um dos mais expressivos centros históricos do país, visitado anualmente por muitos milhares de pessoas. Pois já o rei D. Dinis escolhera esta terra para celebrar o seu casamento com a rainha Santa Isabel em 1282 na Ermida de S. Bartolomeu.

É de fácil aceitabilidade em termos de ocupação, que Trancoso foi um lugar fortificado na época castreja, isto pelas características geomorfológicos (exemplo disso são as sepulturas antropomórficas descobertas neste território), a par disto, surgem inegáveis vestígios romanos (estradas e pontes) assumindo-se como uma posição estratégica da reconquista cristã para sul. Curiosamente a história de Trancoso anda profundamente ligada à de Portugal, uma terra de fronteira que assistiu a assinaláveis lutas e acontecimentos marcantes, a título de exemplo, foi em Trancoso que se deu a celebre Batalha de S. Marcos, na qual foram desbaratados os castelhanos e preparada a grande batalha de Aljubarrota. Dita a tradição que os portugueses teriam posto os espanhóis a "pão e laranjas" e, para assinalar este dia, o poder local continua a distribuir pão e laranjas às crianças, no planalto aonde se travou a batalha no dia 25 de Abril.

Esta antiga vila, alberga em si uma presença dos judeus, ainda hoje são visíveis na parte mais antiga da cidade, a presença de um bairro próprio, em que as casas se destacam pelas duas portas, uma larga e outra estreita – judiarias de Trancoso, além dos judeus terem transmitido aos seus descendentes o carácter comercial que lhes era típico, o que trouxe a esta aldeia histórica o grande desenvolvimento comercial ocorrido entre os séculos XIII e XVI. Em termos daquilo, que é o seu património classificado, Trancoso apresenta um conjunto de enorme relevo interesse, desde o castelo medieval (sendo constituído por uma cerca de muralhas com 5 torres, onde se abrem quatro portas de acesso à vila que fechavam com sistema de guilhotina: Porta de El-Rei, do Prado, de São João dos Carvalhos e por uma torre de Menagem que se situa na cidadela); o Pelourinho (uma bela peça do mais puro manuelino); Palácio Ducal do século XVIII (solar onde viveu Bartolomeu da Costa Macedo Giraldes Barba de Meneses, 2º Visconde de Trancoso); o Quartel-General da 3ª Invasão Francesa, onde esteve instalado o inglês Beresford; Igrejas entre as quais se destacam a Igreja Paroquial de Santa Maria (século XVIII), a Igreja de São Pedro, a Igreja da Misericórdia (data de construção em 1747), a Igreja da Senhora da Fresta; a Capela de Santa Luzia (pertenceu ao desaparecido Convento de Santa Clara que foi para aqui transferido em 1820), a Capela do Senhor da Calçada; o antigo Convento dos Frades Franciscanos (recuperado para fins culturais); a Casa dos Arcos, do século XVI; Casa do Gato Preto (um interessante edifício do antigo bairro judaico, com decoração judaica como o leão de Judá, as portas de Jerusalém e a preguiça, um conjunto de sinais que indicam ter constituído habitação de um fidalgo judeu, casa de Rabi ou sinagoga da comunidade judaica) entre o assinalável e misterioso Bandarra.

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